por Benedicto Junior
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como a "inflação do aluguel", registrou sua terceira deflação consecutiva em junho, com uma queda de 1,93%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre). Esse indicador acumula uma baixa de 6,86% nos últimos 12 meses, enquanto em 2023 a redução chega a 4,46%.
A deflação do IGP-M levanta questionamentos sobre a possibilidade de reajustes para baixo nos contratos de aluguel. No entanto, devido às mudanças nos indexadores e cláusulas contratuais, além de outros fatores que influenciam os preços de aluguel, os efeitos práticos dessa deflação podem ser limitados.
Conversamos com o presidente da Associação das Imobiliárias de Anápolis (AIA), Karim Kozak, para entender os impactos desses índices em Anápolis.
Segundo Karim Kozak, vive-se atualmente um cenário oposto ao que foi observado nos últimos anos, quando o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou uma forte alta após a pandemia. Esse período foi marcado por uma demanda intensa por bens duráveis e não duráveis, materiais de construção e commodities, o que resultou em aumentos de preços e inflação. No entanto, a situação atual é de redução no consumo, tanto a nível nacional quanto internacional, o que levou a uma estabilização e acomodação do mercado consumidor. Como resultado, a inflação diminuiu e os indicadores de reajuste dos aluguéis foram afetados, gerando uma deflação com o IGP-M negativo.
Em Anápolis, essa tendência não foi diferente. Durante a renovação dos contratos de aluguel, com a presença de índices negativos, os proprietários de imóveis agora estão enfrentando a queda em sua renda proveniente dos aluguéis. No entanto, assim como no período de alta, houve uma disposição de negociação por parte desses proprietários, que negociaram os valores dos aluguéis com descontos nos reajustes para quem aluga. Agora, é quem aluga que está negociando os valores, optando por manter o mesmo valor do contrato anterior, sem considerar a deflação, ou negociando os índices de reajuste. Em todos os casos, uma boa negociação é considerada a melhor solução.
Contraponto Empresarial (com informações FGV-IBRE)
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